Uma viagem à maior ilha fluviomarítima do mundo, Marajó, mostra a diversidade de um Brasil místico e plural

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Praia do Pesqueiro (Foto: divulgação)

 Texto e fotos: Arnaldo Moreira

Uma passagem de alguns dias no Pará me levou a 1975 quando estive no estado pela primeira vez, agora com direito a conhecer a Ilha do Marajó – numa visita de pós-Encontro Nacional dos Jornalistas e Comunicadores de Turismo – Febtur -, que na verdade é um arquipélago com 2.500 ilhas, o maior sistema fluvial-marítimo do planeta, e passar alguns dias em Soure, uma cidade de 25 mil habitantes, a 80 km de Belém, fundada em 1847.

Para chegar à Ilha de Marajó a travessia do rio é feita em balsas que saem de Belém

Nos arredores de Soure visitei a fazenda do engenheiro agrônomo Carlos Augusto Gouveia, 64, conhecido como Tonga, isso mesmo, Tonga, pelo nome que deu à sua Fazenda: Mironga.

Ali, Tonga cria búfalos, que representam a principal atividade econômica da ilha, totalizando um rebanho de mais de 600 mil cabeças, e desenvolve um interessante projeto de laticínios derivados de leite de búfala, como o delicioso queijo Mironga, comercializado pela filha Gabriela Gouveia, e o queijo do Marajó, entre outros.

Tonga e seu búfalo que faz a alegria dos turistas

Tonga que foi prefeito de Soure quatro vezes vem lutando para criar no Marajó a Universidade do Búfalo. Hoje, o cargo é ocupado pelo filho Guto, pelo segundo mandato.

Turistas se divertem passeando de búfalo nas praias

Mas é o empreendedorismo feminino que representa a força do desenvolvimento do turismo na região, melhorando o emprego e a renda na região. Com isso, as demandas do turismo na ilha do Marajó cresceram 80%, bem acima da média nacional. Ao mesmo tempo, o grupo capacita jovens da região para atender os turistas. Andreia foi monitora de 22 jovens, com o apoio do Criança Esperança. Com esse trabalho, o agendamento de passeios na região cresceu consideravelmente, garante Andreia.

Mobilidade

A mobilidade na ilha não é fácil, em função de suas características geográficas. O Marajó Oriental é a região que se presta à atividade turística. Já a Ocidental dedica-se à exploração de madeira que é muito forte na região. O búfalo é um grande atrativo turístico na ilha, mas são as praias que fazem a beleza da região. Tonga que foi prefeito quatro vezes na cidade de Soure (hoje, o prefeito é o filho dele, Tuco), luta há 30 anos pela implantação de uma universidade do Búfalo que poderá a se concretizar nos próximos anos.

Andreia cita as dificuldades da mobilidade para atender de uma forma mais ampla e eficaz as necessidades das visitas dos turistas, pela própria característica da região. “Isso depende da implantação de políticas públicas que ofereçam meios para chegar às praias, para um melhor deslocamento dos turistas pela região. Há também ainda falta de informações turísticas nas praias do Pesqueiro, Barca Velha, Praia do Céu e Praia do Cajuína. Todas essas praias têm seis meses de água doce e outros seis de águas salgadas, devido às grandes cheias que acontecem na região”, explicou.

A ilha é rica em artesanato muito dele inspirado nas criações e heranças indígenas. Andreia elenca várias linhas de trabalho de artesanato nesta região do Marajó, divididas em diversas fases: Aruã, Marajuara, verdadeiros tesouros seculares que atraem os turistas. O atelier Mangue Marajó, o Cortume Art Couro de Búfalo, o Atelier de Josilene Lima são pontos de visita obrigatória.

“Aqui existe uma mistura aculturada do indígena com o caboclo e o europeu iniciada na vila Joanes e Monsaraz no começo do século XVII reconhecida pelos jesuítas liderados pelo padre Antônio Vieira que aportuguesou a região“, ensinou.

Em Soure, fiquei hospedado no Hotel Marajó construído em 1986 por Moisés Pereira, um paraense nascido em Soure, a segunda maior ilha do arquipélago do Marajó, com 25 mil habitantes – primeira é Brovis, com 100 mil – que ele administrou 13 anos até falecer, deixando todos os bens, que incluem posto de gasolina, supermercado nas mãos de sua única filha, Simone Pereira que foi obrigada a se tornar empresária por força das circunstancias aos 21 anos. A primeira ideia foi explorar o hotel aproveitando toda a liturgia do lugar inserindo nele a rica cultura indígena do Marajó iniciada 400 anos a.C. desceram dos Andes se instalando na região.

Anos depois, com a morte do pai, Simone Pereira despertou para a importância do turismo como meio de desenvolvimento do hotel, “quando conheci a Andreia Scafi, em 2015, e criamos o grupo Amélia do Carimbó, que deu origem à Rede Feminina de Turismo Criativo da Ilha de Marajó formado por mulheres: Simone Pereira, na Hotelaria; Andreia, Scafi Receptivo: Josileide Lima, Artesanato; Fernanda Nicole, Transporte Executivo; e Gabriela Gouveia, Passeios turísticos, formando a rede Feminina de Turismo Criativo Viva Marajó – a palavra Marajó é uma logomarca internacional, conhecida na Europa, que representa o casco do jabuti, sabedoria e longevidade e mulheres do Marajó representadas por mulheres.

O amplo saguão do hotel Marajó decorado com peças e pinturas marajoaras 

Hospedagem regada a misticismo 

Hotel Marajó, em Soure, é uma excelente opção de hospedagem em Soure. Um hotel agradável, com todos os apartamentos equipados com frigobar, ar condicionado, tv e chuveiro. Durante a pandemia esteve fechado, período que aproveitou para realizar algumas obras, instalar placas solares para suprir o consumo de energia do hotel, criou o site do hotel e automatizou o sistema de controle do hotel.

Simone Pereira, no stand do Pará do Festuris

O hotel teve em média 570 hóspedes em julho, 10 do sul do Brasil. No primeiro semestre o número de turistas da Europa representaram 80% dos hóspedes. Para obter esses níveis de hospedagem, Simone Pereira mantem contato com agência de turismo de todo o Brasil e participa de feiras, como a realizada neste mês de novembro em Gramado, a Feira Internacional de Turismo – Festuris, de que a hoteleira participou representando a rede Feminina de Turismo Criativo Viva Marajó.

O hóspede que vem curtir em família, a dois ou com um grupo de amigos o município de Soure e seus cenários de belezas exóticas distribuídos em seus atrativos turísticos tem no Hotel Marajó um local perfeito para o descanso em um dos mais agradáveis hotéis da cidade.

A gruta em homenagem ao Pretinho da Bacadeira protetor da mata nativa

“O Hotel Marajó é um hotel familiar, em que o hóspede vivencia uma rotina marajoara, de estrutura simples mas capaz de agradar a todos com seus quartos confortáveis, o hotel ainda possui piscina, bar e restaurante. Tudo isso a apenas 4km da praia de Barra Velha”, garante Simone.


Os quartos seguem um estilo marajoara para oferecer o máximo de comodidade a quem visita a Ilha de Marajó. Todos os 19 apartamentos são equipados com TV, frigobar, ar-condicionado, chuveiro de água quente e rede wireless gratuita.”Oferecemos um rico intercâmbio com nossa população de base comunitária, em meio a um ambiente de natureza selvagem e preservada. Proporcionamos a integração da hospedagem com atrações para conhecer a fundo este destino encantador e suas belezas exóticas”, anunciou Simone.

Simone Pereira e Andréia Scafi com a mata nativa como fundo

O Hotel Marajó está em meio à natureza intocada, praias paradisíacas e a mais pura cultura marajoara, nossa proposta é oferecer o contato com as riquezas paraenses e seu povo acolhedor.

Para sua comodidade, coordenamos seu serviço de transporte hidroviário e terrestre a partir de Belém para chegar à Ilha, além da criação de roteiros individuais e personalizados, com especialistas nas riquezas marajoaras.

Assista o vídeo no YoyTube: https://youtu.be/Km8i8mRSy4k

O texto acima encontra-se em:

https://blogdojornalistaarnaldomoreira.blogspot.com/ 

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