Turismo rural pode ser saída para recuperação do setor no pós-pandemia

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ANÁLISE

Foi realizada nesta semana, em edição remota, a 16.ª Feira de Turismo Rural do Brasil (Ruraltur), com foco na recuperação do setor no pós-pandemia da COVID-19.

Em todo o mundo, o turismo foi uma das áreas mais afetadas pelo surto do novo coronavírus, dadas as necessidades de evitar aglomerações, controlar o fluxo de pessoas, fechar fronteiras e outras medidas de combate à disseminação do vírus. Fora isso, as dificuldades econômicas geradas pela pandemia também afetaram os bolsos de muitos viajantes em potencial, gerando preocupações também quanto à retomada.

Estratégias para impulsionar o setor no médio prazo vêm sendo discutidas há alguns meses no Brasil. Segundo em número de casos e mortes provocadas pela COVID-19, o país é considerado um destino a ser evitado por visitantes estrangeiros em um primeiro momento. Especialistas têm defendido que, muito provavelmente, as viagens internas, para áreas não muito distantes, devem liderar o processo de reaquecimento do setor quando a situação sanitária melhorar.

​”Segundo pesquisas recentes, a retomada do turismo vai ter uma maior demanda pelo turismo no espaço rural, que incluímos o turismo rural, ecoturismo, aventura e turismo de natureza”, afirma Regina Amorim, gestora de negócios e economia criativa do Sebrae da Paraíba e coordenadora da Feira de Turismo Rural. “Considerando também o turismo de proximidade, de curtas distâncias, possibilitando mais segurança, mais bem-estar e mais qualidade de vida para os turistas.”

Em entrevista à Sputnik Brasil, a especialista diz que o turismo rural é um dos segmentos mais adequados às necessidades de distanciamento impostas pela pandemia, segundo a própria Organização Mundial da Saúde (OMS). Inclusive, ela explica, foi firmado um pacto junto a vários empreendedores da cadeia produtiva do turismo rural para que este seja desenvolvido de maneira consciente.

“Certamente, o turismo rural, o turismo de base comunitária, é uma das saídas para a retomada do turismo no Brasil e em outros países. É importante que o turismo rural esteja na pauta das políticas públicas, que sejam mais adequadas ao setor, uma vez que contribui muito para a redução do êxodo rural, evitando o crescimento da marginalidade nos grandes centros urbanos. O turismo rural também contribui para a inclusão social, a preservação do meio ambiente e a identidade cultural, além de gerar riqueza para os estados do Brasil.”

Junto com o turismo rural, segundo Amorim, há empreendimentos, pequenos negócios, que estão associados, incluindo, por exemplo, o artesanato, as manifestações culturais e a produção de alimentos, como doces, geleias, queijos, embutidos, cachaça, café orgânico etc.

“Essa produção associada ao turismo é quem mais gera vivências e experiências, porque mexe com as nossas emoções sensoriais. Como é bom o cheiro do doce no tacho, das cachaças nos alambiques e as deliciosas degustações quando estamos fazendo o turismo rural.”

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De acordo com a gestora do Sebrae, um dos resultados da Ruraltur e da Conferência Intercontinental de Turismo Rural, evento paralelo realizado, foi a decisão de se formar uma rede intercontinental de turismo rural, com o objetivo de dar mais visibilidade, colaboração entre os países e ter o reconheço do turismo rural em nível mundial.

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