Cuba tem um tesouro associado ao turismo de natureza de imensa magnitude, e mais progressos podem ser feitos para desenvolvê-lo e explorá-lo de forma sustentável, como evidenciado pela 13ª Feira Internacional deste tipo de turismo, que começou na terça-feira, 20 de setembro, no oeste do país e vai até 24 de setembro.
O potencial desses produtos e destinos foi avaliado pelo membro do Bureau Político do Partido e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, que destacou, na abertura do evento, a particularidade cubana de incorporar os preceitos do turismo acessível.
«Este conceito», explicou o Chefe de Governo, «não se trata apenas de eliminar barreiras arquitetônicas, mas também de levar em conta um componente emocional e de conscientização, o que significa dar a todos o direito de desfrutar do turismo».
Neste sentido, Diego Javier González Velasco, presidente da Rede Ibero-Americana de Turismo Acessível, reconheceu o setor da Ilha por dar passos sólidos nesta direção, o que é evidente no crescimento de produtos deste tipo e na demanda dos mercados competitivos para vir ao país.
Cuba, segundo informações, está se movendo na direção certa para lutar por um turismo mais justo e responsável, o que lhe confere um valor diferencial e competitivo como destino.
Juan Carlos García Granda, ministro do Turismo, salientou que a nação pode se tornar um destino notável para esta modalidade, devido a seu potencial e, desta forma, complementar suas reconhecidas ofertas de sol e praia. Esta estratégia de desenvolvimento é uma tendência na recuperação do setor após a pandemia da Covid-19.
A capacidade de integração e diversificação do destino cubano, baseada no potencial e nas oportunidades do turismo de natureza, também foi apontada por Raúl Naranjo Aday, presidente da agência de viagens Ecotur, principal organizador do evento, que nesta ocasião tem como elemento inovador a apresentação da primeira rota de turismo de natureza acessível em Cuba.
Marrero Cruz destacou que, com base nas experiências adquiridas, o setor pretende desenvolver outras formas de turismo, incluindo o turismo cultural e patrimonial, histórico e de saúde, este último com a promoção de um importante evento a ser realizado em breve.
Também mencionou o potencial do agroturismo e sua contribuição para os esforços para avançar na produção de alimentos, bem como a existência de cenários importantes para o turismo de aventura.
O primeiro-ministro destacou destinos como Trinidad, Baracoa e Viñales, que mostram as possibilidades do país para a convergência de diferentes modalidades, e apontou, como um passo significativo para o avanço de novos produtos com estas características, a criação de um mapa turístico de Cuba.
«É necessário avançar na concepção desses destinos com a incorporação dos próprios moradores, a fim de gerar uma cultura de proteção do meio ambiente natural e garantir a sustentabilidade», acrescentou.
Em sua opinião, o turismo de natureza é diferente, não é comercializado da mesma forma, seus suportes não são os mesmos, nem as condições são as mesmas, mas deve haver serviços de alta qualidade e deve haver a capacidade de promovê-lo adequadamente.
Marrero Cruz valorizou os desafios enfrentados pelo setor, em meio a uma campanha para desacreditar Cuba como destino, reflexo da importância do turismo para impulsionar a economia nacional, contornar o bloqueio econômico norte-americano e contribuir para a prosperidade da família cubana.
Indicou ser mais pró-ativo nesta guerra de mídia, mostrar a realidade cubana e assumir o desafio de desenvolver destinos e produtos cada vez mais competitivos e de maior qualidade.
«Neste cenário difícil», salientou o chefe de governo, «estão sendo feitos muitos esforços que já estão produzindo alguns resultados», enquanto mencionou batalhas em outras áreas, incluindo o referendo sobre o novo Código de Família. «Esta lei procura identificar e unir as famílias cubanas, que se caracterizam por sua diversidade, e o Código reflete esta realidade».