Foto Prensa Latina
Gosto sempre de viajar para Cuba onde tenho dificuldades em saber se essa ida agora (28 de abril a 06 de maio) foi a de numero 60 ou 61, já que viajo para a ilha caribenha desde 1994.
Em 1996 por problemas do coração, lá estive oito vezes no ano, em uma paixão louca por uma cubana. O dólar custando menos de um real ajudava a facilitar as coisas.
A paixão pela cubana se foi, mas a paixão por Havana, essa continua forte e sempre que lá estou, as sensações são como as da primeira viagem em 1994.
Havana continua cada dia mais linda, é uma respeitável senhora com mais de 500 anos cujos festejos eu lá estava com os amigos Alberto Freitas e Nestor Mendes Junior.
Apesar da crise econômica e do bloqueio infame imposto pelos EUA há mais de 60 anos, Cuba continua sua luta pará sobreviver as adversidades impostas pelo governo dos EUA.
Havana Velha prossegue no seu trabalho de revitalização dos prédios antigos e todas as vezes que lá chego, me surpreendo com um prédio antigo recuperado, geralmente transformado em hotel, escola ou algum departamento do governo.
Abaixo, informações preciosas para quem vai a Cuba pela primeira vez. (Por Valter Xéu)
Algumas informações para quem vai pela primeira vez a Havana
Redação Revista Pelo Mundo*
Prensa Latina
Aeroporto Jose Martí
É a porta de entrada em Cuba para quem la desembarca vindo de varias partes do mundo.
Se comprou um pacote com translado, você deve ir de ônibus da Cubatur ou outra empresa de turismo do governo para o Hotel. Ou simplesmente pegue um taxi.
Va observando os lugares por onde irá passar até chegar ao Hotel que você escolheu.
Caso tenha escolhido o Nacional, Riviera, Melia Cohiba esses ficam colados ao Malecon, avenida Beira Mar muito famosa em Cuba e que finais da tarde e noite serve de ponto de encontro de casais de namorados ou até mesmo grupo de amigos para contemplar o mar ao som de um bom violão (todo mundo toca em Cuba).
Do lado do Riviera tem o Hotel Melia Cohiba onde uma pizzaria é muito procurada e recomendada pelos que visitam Cuba.
Um passeio de carro pelas ruas do Bairro Vedado que fica nas imediações do Riviera é importante.
Esse bairro era onde morava a elite burguesa e os norte-americanos antes da revolução e o nome Vedado é porque era vedado aos negros.
Fotos Pátria Latina
À noite, a cidade não deixa de ser animada e tem várias opções para quem quer curtir os famosos ritmos que agitam Havana. Nos bares sempre há música ao vivo e nos cabarés, grandes espetáculos turísticos e coloridos, sendo o Balé Tropicana o mais famoso deles.
Jamais deixe de ir ao Tropicana, uma das grandes atrações noturnas de Havana. com espetáculo de luzes, mesclado às danças, às acrobacias e às canções animadas, faz o lugar carregar uma fama que ganhou o mundo. O espetáculo é impressionante.
Durante as noites sempre curtir o som de um piano, (bons vinhos você encontra em todos hotéis) frequentar os bares do Hotel Nacional, Inglaterra, `Park Central e Havana Livre(antigo Hilton) como também não deixe de se enfurnar nas dezenas de galerias e feiras de artes da Rua Obispo, verá que tudo é parecido com o que temos aqui, com um detalhe de que lá é Cuba.
Voce pode sair qualquer hora do dia ou da noite sem a preocupação de ser assaltado (leia abaixo texto de José Carlos Teixeira – Havana: Como é bom andar tranquilamente pela cidade e poder tirar o celular do bolso sem receio)
Los Nardos
O restaurante é cheio de pompa e fica num edifício que abriga outros dois restaurantes. Ele está em frente ao Capitólio, (prédio cópia fiel do Capitólio norte-americano e que foi construído nos anos vinte) fato que facilita para quem estiver andando por ali e sentir fome. Seu cardápio é enorme e bastante variado, mas o foco são peixes, camarões e frutos do mar. Outro que você pode visitar são os restaurantes chineses e que todos os taxistas conhecem e pode levar você.
La a comida é ótima e o preço também.
Se em uma noite qualquer tiver com vontade de comer uma pizza, visite o restaurante especializado em massa do Hotel Melia Cohiba, foi lá que comi uma pizza melhor que na Itália.
Outro restaurante que recomendo é o Palenque onde sai uns assados delicioso e muito barato.
Esse restaurante fica em Playa, quase que colado ao Centro de Exposições e qualquer taxista sabe onde fica e se você comprou passagem no Brasil na Sanchatour, o receptivo da operadora em Havana te leva la no Palenque.
Para beber, os restaurantes do Hotel Nacional, a Floridita, bares da Rua Obispo e no final dela tem o restaurante La Mina onde sai uma comida deliciosa. Nesta rua está localizado o Hotel Ambos Mundo, onde até hoje está lá arrumado o quarto onde Ernest Hemingway morou e escreveu o romance O Velho e o Mar.
Em duas ruas paralela a Rua Obispo está a Bodeguita del Médio e nas imediações a Catedral onde tem um restaurante também muito legal.
Varios hotéis antigos em Havana eram de propriedades da máfia norte americana, ente eles, o Nacional, hotel assim como o Riviera e o Capri e foi frequentado pela nata de artistas dos Estados Unidos.
Em frente ao Nacional, fica o Restaurante Monseigneur também muito famosos por esta lá até hoje um piano em que Bola de Neve astro da música cubana tocava e onde Nat Kin Cole sempre ia dá uma palinha e Frank Sinatra que la sempre chegva com seus amigos Sami Daves Junior, Deam Martin e outros..
Em Prado Passeo, ali quase em frente à Praça Park Central, fica um restaurante italiano onde se come deliciosas massas por preços bem razoáveis.
Ele fica bem pertinho do Hotel Telegrafo que fica no mesmo quarteirão do Hotel da Inglaterra.
Predio comercial. ©Tai Pan
Fotos Tripadvisor
HAVANA VELHA
Uma boa parte das citações acima (tirando o Palenque e o Melia Cohiba, Capri e Riviera) todos ficam em Havana Velha, área tombada pela UNESCO como patrimônio da humanidade, para percorrer Havana Velha, você no mínimo precisara de dois ou três dias e precisa ter bastante folego para andar.
Uma visita a igreja San Pablo e San Francisco, assim como a Catedral, vale a pena para até mesmo quem não é chegado a religião como eu.
Foto Tripadvisior
Outro lugar de muita história e que você deverá conhecer é o Hotel Havana Livre, ex hotel Hilton e que alojou os barbudos quando estes chegaram a Havana vindos de Sierra Maestra e foi lá no vigésimo terceiro ou vigésimo quinto andar que Fidel montou o seu escritório quando chegou em Havana em 08 de janeiro de 59.
Para quem é ligado a artes não deixar de visitar a sede da União dos Artistas cubanos.
Outra visitinha importante é a Casa das Américas, onde anualmente acontece um prêmio para diversas modalidades de escritos.
Outros lugares para visitação:
ICAP – Instituto de Amizade com os Pueblos.
Casa da Amizade (essa casa tem uma linda história de amor)
Camerata Romeu, cuja regente é a minha amiga Zenaida Castro Romeu
Do outro lado da Baia de Havana, fica o município de Regla, uma espécie de Santo Amaro e Cachoeira (cidades do interior da Bahia) em Cuba, onde o candomblé (santeria) é muito forte.
Para chegar em Regla você pega um dos barcos que faz a travessia da Baia de Havana.
Foto Casa Castellón
Paseo del Prado
O Paseo del Prado é uma espécie de calçadão urbano por onde passam turistas todos os dias para fazer um caminho que leva até o Capitólio Nacional. A caminhada é muito bonita e arborizada e esse é um dos lugares mais interessantes para conhecer em Havana.
Se você assistiu o musical Buena Vista, lembre daquela avenida onde vários garotos se divertem no skate.
Bem ao lado do Capitólio e vizinho ao Hotel da Inglaterra, fica o Gran Teatro de La Habana Alicia Alonso é um centro que já está acostumado a receber grandes eventos artísticos. É a casa do Balé Nacional de Cuba, que pode ser visto em uma de suas incríveis apresentações. O teatro, com frequência, oferece espetáculos de ópera e exposições.
Fotos Pátria Latina
Rua Obispo
Nesta rua você pode andar à vontade sem medo de ser atropelado pois nela não passa carro e é onde nos sentimos verdadeiramente em Cuba, apesar do grande número de turista que transitam por ela.
Algumas livrarias da Rua Obispo vendem livros super. baratos e lembro que em uma delas comprei dez livros “A Comuna de Paris” ao preço de um dólar cada e com mais de duzentas páginas.
La Floridita
É um bar e restaurante dos mais tradicionais em Havana Velha, visitado principalmente por Ernest Hemingway, cujo nome aparece por diversas vezes nos cardápios. O lugar de antiga decoração é considerado um dos mais caros na cidade, visitado praticamente por turistas que querem experimentar seu famoso daiquiri.
Recebendo o título de amigo da Bodeguita.
Fotos arquivo Pátria Latina
Bodeguita
Esse é o bar mais famoso de Havana e também o mais popular, por ter sido o preferido de Hemingway, Fidel e Nat Kin Cole e onde se toma o mais delicioso mojito de Havana. Famosos como Sartre, Allende, e tantos outros já estiveram no local onde existe a tradição de escrever mensagens nas paredes ou simplesmente deixar gravado o nome que fica por mais ou menos um ano pois diariamente tem gente escrevendo e não existe tantas paredes para todos. Tenho diploma de frequentador do bar e os garçons quando la chego, fazem uma verdadeira festa.
Foto: Tripadvisior
Museu da Revolução
É um dos museus mais importantes para os cubanos porque retrata a história e os acontecimentos que deram a Cuba a forma que tem hoje. O edifício também é importante por ter sido o palácio presidencial utilizado por diversos presidentes.
Tarará
É o nome de um trecho da praia em Playas de Leste. Nessa região fica um condomínio que cuidava das vítimas do acidente em Chernobyl e também é pedaço da costa muito interessante para turistas que querem apreciar a vida marinha.
Certa vez fui lá com o jornalista Jorge Garrido, editor da Revista Prisma e visitamos uma oceanográfica ucraniana que nos mostrou fotos de uma cidade submersa a seis quilômetros da costa e entre seiscentos e oitocentos metros de profundidade.
As fotos feira por um mini submarino robô da National Geografic eram impressionantes, com vasos e estatuas bem parecidas com as do antigo Egito.
Os cubanos desconhecem isso e o governo não divulga nada sobre o assunto.
COMPRAS
Caso queira comprar charutos, nos hotéis ou no aeroporto você encontrará várias marcas, mas não exagere na compra para não perder as caixas no aeroporto daqui do Brasil.
Duas por pessoas é o ideal.
Compras de Rum você deixa para comprar no aeroporto depois de feito o chekin e já perto da hora de embarcar.
Você pode comprar as garrafas e o próprio vendedor as colocara em um saco plástico ou caixa e que você poderá acondicionar no setor de bagagem dentro do avião acima da cadeira. Geralmente eu compro dez garrafas além das que eu compro fora do aeroporto e acondicionar na mala.
Ou se quiser, compre fora, e embale no aeroporto no super bag e despache como bagagem com o adesivo frágil.
Caso você tenha um amigo cubano que tenha carro e que fique lhe levando para passear, lembre-se de sempre colocar gasolina.
Em cuba não se vai todo dia, portanto tem que documentar tudo.
ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Uma dose de rum cubano envelhecido 7 anos custa mais ou menos uns 5 pesos (preço conversível quase que no mesmo valor do Euro). O preço da dose é um terço do valor de uma garrafa a venda em lojas nos próprios hotéis.
Quando for viajar troque seus reais por euros e não dólar que tem um imposto maior em função das beligerâncias entre Cuba e os EUA.
No próprio aeroporto ou no hotel em que estiver hospedado. Em toda rede hoteleira existe casa de câmbio onde você pode trocar pelo peso nacional. Com a reforma das moedas, agora você pode pagar com dólar ou euros
Na hora de embarcar de volta, você pode trocar por euro ou dolar em qualquer casa de câmbio, hotel e etc.
Para quem sai do Brasil com destino a Cuba pelos aviões da Copa Airlines, bastante cuidado nas conexões no Panamá pois elas não duram mais que 40 minutos. É desembarcando e correndo para o portão de reembarque.
Na maioria das vezes você desembarca no portão 17 e sai correndo feito um louco pelo aeroporto para o portão 324.
Na vinda a conexão demora as vezes mais de uma hora e aí você pode aproveitar para compras no aeroporto onde um chapéu Panamá (que é fabricado no Equador custa bem barato.
No mais, desfrute Cuba!
Havana: Como é bom andar tranquilamente pela cidade e poder tirar o celular do bolso sem receio
José Carlos Teixeira*
Como é bom andar tranquilamente pela cidade e poder tirar o celular do bolso sem receio
“Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver”
(Preciso me encontrar, de Candeia)
Meninos, eu vi, como diria o velho timbira do poema Y-Juca Pirama, obra prima de Gonçalves Dias. Melhor dizendo: Meninos, eu vivi! Durante dez dias eu vivi intensamente uma experiência que hoje é negada aos habitantes da capital da Bahia, mesmo quando recorrem a todos os santos e orixás em busca de proteção.
Durante dez dias andei livremente pelas ruas sem carregar comigo aquela sensação de insegurança que tomou conta das mentes e corações de todos os que moram em Salvador e em muitas outras cidades baianas.
Andei por avenidas iluminadas, caminhei por ruas de pouca iluminação, descansei em bancos de praças, sem qualquer tipo de receio, nem mesmo o de me perder no labirinto de becos e ruelas da parte velha da cidade – sabia que caso isso acontecesse poderia pedir orientações a qualquer um dos gentis e prestativos habitantes locais.
Em todos esses momentos, fosse dia ou noite, pude tirar o telefone do bolso e fotografar o que quisesse, sem medo de que alguém o arrebatasse de mim ou viesse a me ferir na tentativa de levá-lo.
Ah, como é boa essa sensação de paz, tranquilidade e segurança. Confesso que quase havia esquecido como isso é bom para a alma, para nossa vida.
Não, meu amável, mas incrédulo leitor, não andei por uma dessas pequeninas cidades do interior da Dinamarca ou da Islândia de criminalidade praticamente zero. Nem andei, minha gentil, mas descrente leitora, pelas cidades de uma dessas republiquetas com um meganha fortemente armado em cada esquina.
Passei em Cuba uma temporada de 10 dias, a maioria deles em Havana, uma tranquila metrópole com 2,4 milhões de habitantes, capital de um pais visitado anualmente por milhões de turistas provenientes de todas as partes do mundo – inclusive dos Estados Unidos, a poderosa superpotência que mantém um condenável e absurdo bloqueio econômico a Cuba.
Não, meu caro leitor, ao contrário do que diz a propaganda anticubana, Havana não é uma cidade tremendamente policiada, com um agente policial em cada esquina. Nos dias em que lá estive vi apenas uma dúzia de policiais no máximo – e nenhum deles com algo que se assemelhasse àquele aparato bélico exibido pela PM nos quatro cantos de Salvador.
*Com informações do Pátria Latina