Crise econômica na Agentina x Turismo

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A crise econômica não apagou o charme de Buenos Aires, a capital argentina, nem tirou dela a maior de suas qualidades, que é ser uma cidade destinada ao turismo.

Há reflexos nítidos, sim, como lojas fechadas e mendicância pelas ruas, mas o tango, o clima, a gastronomia e os belos prédios e monumentos que simbolizam suas revoluções e a nobre arquitetura do passado continuam lá, aliados a promoções imperdíveis para quem prefere as compras, graças à quase paridade do real e do peso argentino.

A crise, na verdade, vira piada para turistas. Os guias brincam com o assunto. “Vamos visitar a Plaza de Mayo, onde vocês podem aproveitar e fazer um panelaço”, diz a guia, que arrisca falar em português graças ao programa de treinamento a que sua operadora tem sido submetida, ainda no caminho do aeroporto de Ezeiza (que fica a 40 minutos do centro) para o hotel.

Mas não é só a Plaza de Mayo que deve ser visitada. Lá, há a Casa Rosada (palácio do governo), de onde é possível ver também o Obelisco, na avenida 9 de Julho, e a Catedral Metropolitana. Passeios como o Teatro Colón, as Galerias Pacífico, o Congresso Nacional, o Palácio de Justiça e o Luna Park (onde aconteceram, no passado, importantes episódios do Esporte e da Cultura do país) são obrigatórios para tentar entender a história argentina.

Temas como futebol, a desvalorização do câmbio, a crise política e as tradicionais perguntas sobre o “irmão” Brasil continuam recorrentes. Agora, mais que nunca, uma curiosidade toma conta de todos os portenhos: “E o Lula, como está?”, querem todos saber.

Quando falou em panelaço, a guia se referia ao engajamento político do povo argentino, algo que ficou mais evidente nos últimos dois anos, mas que sempre teve sua marca em protestos, passeatas e reivindicações. E enquanto passeia pelo bairro Palermo, reduto dos esportes, natureza, embaixadas, ricos, artistas e políticos, indica o apartamento onde vive a bruxa que detonou com os sonhos dos argentinos, o ex-ministro da Economia Domingo Cavallo.

A moeda -ou a não-moeda- também é motivo de brincadeira. “Vocês podem fazer compras com dólares, pesos argentinos, mas nunca com patacones”, alerta, se referindo à terceira moeda criada em 2001 como solução para sair da crise. Fala também para tomar cuidado com notas falsas. Alerta também sobre a violência: “É uma cidade grande, como São Paulo e Nova York.

Buenos Aires tem 3 milhões de habitantes. Junto da periferia, soma 14 milhões, em um país com 36 milhões de pessoas.

A cidade, tampouco os argentinos, perdem a pose. Querem turistas do Brasil, do Chile e do Peru (os que mais têm visitado a capital nos últimos meses). Mantém seus cafés a todo vapor, mesmo que neles falte um ou outro produto; a cultura efervescente, vista nas artes plásticas, na música, na dança, na literatura e no cinema; e a noite como uma das melhores e mais agitadas da América Latina.

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