Por Roberto F. Campos Havana (Prensa Latina) O turismo cubano oferece muitas surpresas, variedades e curiosidades, como é o caso de seu sistema de cavernas perfeito para as modalidades de natureza e de aventura.
Este percurso pode abranger o mundo das cavernas e rios subterrâneos que na costa noroeste do arquipélago possuem encantos particulares.
Algumas teorias científicas contam que os primeiros habitantes da ilha chegaram a essas áreas, há milhares de anos.
Suas cavernas serviram então de refúgio, em meio a uma paisagem de atrativos únicos, além de residência temporária de piratas e corsários franceses dos séculos XVI e XVII.
Cuba é considerada pelos espeleologistas como tendo uma superfície cárstica de 60% (cárstico tropical). A maior das Antilhas possui 26 mil cavernas e muitas delas são interessantes museus naturais.
Por exemplo, na província ocidental de Matanzas, incluindo o famoso balneário de Varadero – cerca de 140 quilômetros a leste de Havana, a capital -, surgem penetrações marítimas de até quatro quilômetros em sua costa norte.
Essa característica enriquece as 350 cavernas existentes na área, das quais – com grande cuidado com o meio ambiente – cerca de 20 podem ser utilizadas para turismo.
Por este motivo, o passeio proposto, muito aventureiro pelo caminho, leva-nos a nos referir a algumas, onde a memória está gravada para sempre nas figuras criadas nos seus interiores.
Um escravo chinês chamado Justo Ho mergulhou sua lança no chão e um buraco quase indescritível apareceu diante dele.
Era 17 de abril de 1861 e as escavações foram feitas no terreno de Don Manuel Santos Parga, que rapidamente avaliou o tesouro acabado de descobrir e começou a adaptá-lo para visitas.
Eventualmente seria a Cova de Bellamar – na saída da cidade de Matanzas – de três quilômetros de extensão, dos quais só são visíveis ao público, 500 metros iluminados.
No local, com serviços de guia e onde a temperatura é de 28 graus Celsius, aparece uma umidade relativa de 98 por cento.
Bellamar traz ao olhar como exclusividade, formações cristalinas do tipo Estalactites (crescem de cima para baixo), Estalagmites (de baixo para cima) e Elictites (horizontalmente).
São acúmulos de água e carbonato de cálcio e magnésio, guiados pelos caprichos da natureza.
Eles formam figuras e salões, as lendas e estruturas indicam seus nomes: Gótico, Templo, Cômodos listrados de coco, Garganta de Tigre, Fontes da Juventude, Amor ou Divórcio e Banho da Americana.
Em Varadero, quase chegando a Punta de Morlas, está a caverna do Ambrosio, cujo nome se deve a uma espécie de classificação fornecida em 1967 pelo pesquisador cubano Antonio Núñez Jiménez (1923-1998) (Tipo Ambrosio).
São 150 metros em uma série de galerias onde se observam pictogramas indígenas únicos.
E outro exemplo é La Cueva de Saturno (ou Cepero), que está a caminho do aeroporto internacional Juan Gualberto Gómez, a partir dessa própria praia (estrada Canimar-Camarioca) que possui águas muito limpas em 25 metros e permite a exploração subaquática.
Todas essas propostas já foram visitadas por viajantes cubanos e estrangeiros (antes da Covid-19), em excursões especialmente para tirar fotos, lugares que voltarão à tona com a recuperação do turismo insular.