Fotos: Equipe MegaFan/Pátria Latina/Ascom Vila Galé e Revista Pelo Mundo
Por Paula Morena*
Cuba é um país cheio de história, cultura e belezas naturais. Uma viagem à ilha caribenha é uma experiência única e inesquecível, que eu e um pequeno grupo de amigos tivemos o prazer de desfrutar em outubro desse ano. A viagem começou com nossa participação na 5ª Feira de Turismo Gaviota, um evento que reuniu profissionais do setor turístico, jornalistas e convidados especiais para conhecer as novidades e os atrativos turísticos do arquipélago Jardines del Ray (Jardins do Rei), ao norte do país. Ao final, e como não poderia deixar de ser, também exploramos Havana, a capital da revolução.
Cayo Paredón: um paraíso no Caribe
Nosso primeiro destino foi Cayo Paredón Grande. Para chegar a essa região dos cayos, pouco conhecida de Cuba, pegamos um voo do Brasil até Havana e de lá seguimos de ônibus. O trajeto de quase 600 km, sobre malha viária muito bem conservada, permitiu que cruzássemos metade da ilha e passássemos por cidades como Matanzas e Cienfuegos, que foram atrações a parte. No trajeto, tivemos a oportunidade de observar as peculiaridades do cotidiano do povo cubano, suas moradias, ruas, praças, prédios públicos e um ritmo de vida diferente da que temos no Brasil.
Para alcançar Cayo Paredón, é preciso atravessar uma ponte de pedra que liga a ilha ao continente. Essa obra é impressionante, pois tem mais de 47 quilômetros de extensão, e foi construída em apenas dois anos.
Para o turismo cubano, essa região é um destino novo, que ainda preserva a natureza intocada e oferece praias de areia branca e água de um azul turquesa inigualável. Lá, nos hospedamos no hotel Vila Galé Cayo Paredón, um resort de luxo, que possui uma infraestrutura de excelência e não perde, em nada, para os hotéis de luxo dos demais destinos caribenhos.
Instalado a poucos metros da praia, o Vila Galé possui sete restaurantes, sendo o Versátil o principal, onde é servido café da manhã, almoço e jantar em formato de buffet. Mas o empreendimento também conta com o Massa Fina, restaurante temático italiano; o Inevitável, à la carte, com propostas de influência mediterrânea; a Cervejaria Portuguesa com petiscos tradicionais lusos; e não poderia faltar o Taste of Ciego, que apresenta aos hóspedes as tradicionais comidas cubanas garantindo uma viagem gastronômica completa.
Com mais de 600 apartamentos, o resort é cortado por duas piscinas e ainda conta com diversos bares, quadras poliesportivas, academia de ginástica, centro de mergulho e uma equipe de animação que organiza atividades e shows, como a rica apresentação de Los VamVãs, um dos conjuntos mais tradicionais e famosos de Cuba, que engrandeceu a nossa primeira noite no arquipélago.
Mas além da s riquezas naturais, o Vila Galé está localizado ao lado d o Farol Diego Velázquez que possui 40 metros de altura. O monumento foi construído em 1857 com o objetivo de orientar a navegação pelo Antigo Canal das Bahamas e é uma das obras de engenharia de alto valor para a nação cubana. Um pedaço da história em meio ao paraíso.
Próximo ao Vila Galé Cayo Paredón, está outro luxuoso resort, o Grand Aston Cayo Paredón, que possui a mesma proposta de oferecer conforto, excelência nos serviços, atividades culturais e um mar de tirar o folego.
Vale destacar as lindas praias de coral da região, entre as quais se destacam Los Pinos, Los Lirios e Playa del Norte. Sem contar das várias lagoas e grandes áreas de manguezais, que são usados para pesca com mosca e observação de pássaros.
Mas nosso deslumbramento não ficou por aí. Pois tivemos a oportunidade de conhecer os demais hotéis de Cayo Paredón e Cayou Cruz, como o Valentin Cayo Cruz, outro gigante da rede. Todos com a mesma proposta de proporcionar uma estadia dos sonhos.
Havana: a capital da revolução
A segunda parte da viagem foi em Havana, a capital de Cuba, que é uma cidade vibrante e cheia de contrastes. Havana tem uma arquitetura colonial, que mistura o antigo e o moderno, e uma atmosfera cultural, que reflete a diversidade e a criatividade do povo cubano.
Nos hospedamos no hotel dos periodistas, que oferece aos jornalistas uma imersão no estilo de vida cubano, localizado na Avenida dos Presidentes. O nome do hotel é uma frase retirada da carta de despedida que Ernesto Che Guevara escreveu aos seus pais em março de 1965, antes de partir para a sua última missão revolucionária na Bolívia.
“Queridos viejos. Outra vez siento bajo mis talones, el costillar de Rocinante, vuelvo al caminho com mi adarga al brazo”, escreveu o guerrilheiro.
Na carta, Che se compara a Don Quixote, o famoso personagem de Miguel de Cervantes, que lutava contra moinhos de vento montado em seu cavalo Rocinante. Qual o nome do hotel, afinal? Costillar de Rocinante.
Em Havana, visitamos os principais monumentos que homenageiam os heróis da pátria, como o Memorial José Martí, o líder da independência cubana, que fica na Praça da Revolução, o local onde Fidel Castro fazia seus discursos. Lá, também vimos o mural de Che Guevara, o ícone da revolução, que tem a frase “Hasta la victoria siempre”.
Visitar Havana Velha, o centro histórico da cidade, que é um Patrimônio Mundial da Unesco, foi uma experiência incrível e inesquecível. Ficamos deslumbrados com a arquitetura colonial, os monumentos históricos e as ruas coloridas que nos transportaram para outra época. A cada passo, encontrávamos um pedaço da história de luta do povo cubano, desde a colonização até a revolução. A Plaza de Armas, onde se fundou a cidade em 1519, o Palácio dos Capitães Gerais, a Catedral de Havana, o Castelo do Morro e o Museu da Revolução, que conta a saga de Fidel Castro e seus companheiros, são lugares inspiradores e que emocionam. Também nos encantamos com a cultura e a música que jorravam de todos os cantos, os artistas de rua, os restaurantes que ofereciam pratos típicos e o famoso mojito em La Bodeguita, um famoso bar que tem as paredes cheias de escritos e assinaturas de pessoas famosas que o visitaram, como Ernest Hemingway, Salvador Allende, Pablo Neruda e outros. La Bodeguita também é conhecida por ser o lugar onde nasceu o mojito, o coquetel cubano feito com rum, hortelã, açúcar, limão e água com gás.
Outra experiência indescritível foi assistir ao espetáculo do Ballet Nacional de Cuba, que comemorou os 75 anos de fundação, com uma apresentação maravilhosa, no Teatro Nacional. O balé cubano é reconhecido mundialmente pela sua excelência e pela sua diretora, Alicia Alonso, que é uma lenda viva da dança. Ficamos encantados com a beleza e a técnica dos bailarinos, que interpretaram os clássicos Dom Quixote, Coppélia e O Lago dos Cisnes.
Tomamos outro banho de cultura com a apresentação de integrantes do Buena Vista Social Club, que nos proporcionou uma imersão na Havana de 1950. Com certeza, um show inesquecível.
Em nossa viagem dos sonhos, a última parada foi em Varadero. Uma cidade paradisíaca que possui 20 km de praia com areia branca e águas quentes da cor turquesa.
De Havana a Varadero, percorremos 130 km de ônibus, numa viagem que durou um pouco mais que 2 horas. Uma parada obrigatória nesse percurso foi no mirante da Ponte de Bacunayagua, sobre o Rio Yumurí. Construída no início da década de 60, é a ponte mais alta do país, atravessando um despenhadeiro com 110 metros de altura.
E para descrever Varadero, faltam palavras. Se no céu existem praias, com certeza são como as de Varadero.
Um sonho realizado
A viagem à Cuba foi um sonho que durou um pouco mais de uma semana, mas que deixou maravilhosas impressões para toda uma vida. Foi uma experiência inigualável conhecer esse pequeno país, – do tamanho do Rio Grande do Sul – que mesmo com o embargo econômico norte-americano, resiste orgulhoso com sua cultura riquíssima e seu povo ordeiro e acolhedor. Cuba é um destino que surpreende e que deixa uma vontade de voltar. Cuba é mais do que um lugar, é uma lição de vida.
*Paula Morena é jornalista, redatora de Pátria Latina e Revista Pelo Mundo e esteve em Cuba de 17 a 27/11/23