Turismo na Venezuela, da economia rentista à economia produtiva

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Por Juan Carlos Díaz Guerrero

Caracas (Prensa Latina) A XV edição da Feira Internacional de Turismo da Venezuela (FITVen) começa amanhã no estado de Anzoátegui, com o interesse da autoridades para fazer deste setor um motor de desenvolvimento da economia.

“Este vai ser um grande encontro, e me arrisco a dizer que será a Feira mais contundente que a República Bolivariana teve em toda a sua história porque foi desenhada com uma visão de futuro”, afirmou o chefe da o Ministério do Turismo, Alí Padrón, em entrevista exclusiva à Prensa Latina.

O funcionário disse em um diálogo de seu escritório em Caracas que queremos promover a realidade de uma nação diversa e com vários destinos, porque “estamos entre os países mais diversos do planeta”.

Padrón comentou que dos 193 Estados registrados nas Nações Unidas, apenas 17 são considerados megadiversos, que juntos possuem 60% da diversidade do planeta.

Ele destacou que a Venezuela ocupa o sétimo lugar como o país mais diverso do mundo, ao qual se dá grande potencial pelo fato de ter belas praias, florestas, neve nos trópicos, planícies e grande diversidade biológica, observou.

Também temos uma infraestrutura importante, disse, mas nunca tivemos a visão de um país turístico, como Cuba, República Dominicana, México, zona caribenha, entre outros, e isso constitui uma fragilidade, assegurou.

Faltou-nos a visão de ter infra-estruturas e uma sociedade preparada para servir os turistas, sublinhou.

O ministro destacou que um dos planos é desenvolver esse potencial, poder criar diferentes rotas, treinar e capacitar os venezuelanos para mudar a visão do país rentista, que permitia que as pessoas preferissem o turismo no exterior, ao de um país de economia produtiva.

Relativamente à FITVen, manifestou que seria a feira mais focada no desenvolvimento do turismo, porque saímos, e é uma fragilidade que temos, de uma perspetiva rentista, porque o petróleo nos dava tudo, e “pensar no turismo em uma visão do país era até temerário”, acrescentou.

Agora, sublinhou, o turismo é chamado a ser o outro motor da economia e isso não se constrói da noite para o dia, mas temos consciência de que estamos a lançar as bases “profundas e sólidas” para haver a necessária mudança de visão, do rentismo à economia produtiva.

“É isso que queremos mostrar na FITVen, que é uma feira profissionalizante porque ali se encontrarão quem trabalha no turismo nacional, pousadas, hotéis, comunidades turísticas organizadas e serviços ligados ao setor”.

O proprietário reconheceu a conferência de negócios como a espinha dorsal da Feira, onde mais de 125 operadoras de turismo de 15 países como Azerbaijão, Bolívia, Colômbia, Cuba, Equador, Iraque, Irã, Itália, México, Polônia, República Dominicana, Rússia, Santa Lúcia, Senegal e África do Sul.

Estarão também presentes mais de 180 grandes e médias empresas, hotéis, pousadas e outros atores nacionais que vêm conhecer este evento.

“A Feira Internacional de Turismo vai contar ainda com expressões artísticas, culturais, folclóricas regionais e nacionais, além de simpósios que vão mostrar o que se está a fazer no país no sentido informativo de sensibilização para o turismo”, disse.

O ministro destacou que o evento terá seis eixos centrais como gestão e inovação para o desenvolvimento sustentável; repensar o turismo – que é o lema da Organização Mundial do Turismo – e as potencialidades do aviturismo (observação de aves) e do turismo comunitário, entre outros.

Padrón anunciou que um evento inédito dentro do FITVen será a entrega do Prêmio Nacional de Turismo em 13 categorias e ao qual concorreram 300 inscritos em todo o país.

Vamos conceder reconhecimentos do setor ao turismo tradicional, esportivo e de natureza, ao melhor prestador de serviços e entregaremos um prêmio a uma pessoa por seu trabalho durante 30 anos na Venezuela, indicou.

Este prêmio, enfatizou, nos ajudará a aumentar a promoção da República Bolivariana como destino turístico.