Conheça rotas de turismo em Recife que cabem no bolso

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Confira sete opções de turismo com atrações grátis e iniciativas comunitárias que contam a história da cidade

Vanessa Gonzaga

Brasil de Fato | Recife (PE)

Seja na praia, parques ou museus, é possível "turistar" no Recife gastando muito pouco ou até de graça - Créditos: Foto: Luísa Ferreira
Seja na praia, parques ou museus, é possível “turistar” no Recife gastando muito pouco ou até de graça / Foto: Luísa Ferreira

A combinação de férias e verão pede por passeios pela cidade. Seja na praia, parques ou museus, é possível “turistar” no Recife (PE) gastando muito pouco ou até de graça. Para ir sozinho, com amigos ou familiares, a programação varia entre roteiros históricos, lazer e pontos de valorização da cultura pernambucana. As sugestões são de Luísa Ferreira, jornalista, redatora e dona do blog Portas Abertas, que tem dicas para quem gosta de um turismo menos voltado ao comércio, mais com foco nas experiências. Confira:

1 – Visita ao Palácio do Campo das Princesas

A construção do Palácio que hoje é sede do governo estadual aconteceu em 1841, a mando do então governador Francisco do Rego Barros, o futuro Conde da Boa Vista. O nome de Campo das Princesas surgiu porque Dom Pedro II ficou hospedado lá e diziam que as filhas dele, Isabel e Leopoldina, brincaram no jardim quando crianças. O fato foi desmentido por historiadores, mas o nome permaneceu. A visita guiada pelo palácio é gratuita, leva apenas 40 minutos e acontece nas quintas e sextas das 9h às 11h e das 14h às 16h, e aos domingos das 10h às 12h, em pequenos grupos orientados por um guia. Só é permitido usar short, bermuda e chinelo aos domingos. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail visitapalacio@governadoria.pe.gov.br. O Palácio fica na Praça da República, Santo Antônio.

(Foto: Sol Puquério/PCR)

2 – Mercado da Boa Vista

Para quem gosta de conhecer novos sabores e sentir o clima da cidade, um passeio nos vários mercados do Recife são uma ótima opção, já que são mais de 20 espalhados pela cidade. Pequeno, mas famoso, o Mercado da Boa Vista é de fácil localização e tem muitas opções de bares e restaurantes para quem gosta de comida regional, como o arrumadinho, tripa, buchada, sarapatel e mais. Nos fins de semana, o som ao vivo lota as mesas do mercado, então o indicado é chegar cedo. O mercado fica na R. da Santa Cruz, 144, Boa Vista.

(Foto: Bernardo Vaz)

3 – Buraco da Véia

Verão pede praia. E uma das opções que fica na zona urbana da cidade, e que dá pra chegar de ônibus, tem bebidas e frutos do mar baratos e ainda longe do risco de ataque dos tubarões. Estamos falando do Buraco da Véia, em Brasília Teimosa. O mar calmo por causa da barreira de pedras forma piscinas naturais para quem não gosta de muito agito nas ondas. O nome curioso da praia relembra uma antiga moradora do bairro, que impedia as pessoas de atravessar um buraco num muro da Av. Brasília Teimosa, onde a praia era mais vazia. Com a chacota dos moradores, o nome ficou. A praia fica na zona sul da cidade, logo depois das já famosas praias de Boa Viagem e do Pina.

(Foto: Luísa Ferreira)

4 – Ilha de Deus

Parte de um dos maiores manguezais urbanos do Brasil, o bairro recifense vem há alguns anos se tornando uma referência de turismo responsável e  comunitário, onde o passeio pelo bairro é organizado pelo moradores, voltado a um consumo mais consciente e centrado nas experiências. No passado, o local foi uma das regiões mais violentas da cidade e o turismo foi uma das ferramentas para transformar a realidade de lá. Entre as opções de passeios, é possível ir de catamarã ou baiteira (barco de pesca) pelo rio, pescar sururu e marisco e ter oficinas de gastronomia e artesanato e intercâmbio social. O lucro das atividades é direcionado para projetos de desenvolvimento da comunidade. Para saber melhor quais as possibilidades de passeio pela ilha, é só acessar o site da Ilha de Deus.

(Foto: Luísa Ferreira)

5 – Bomba do Hemetério

Localizado na zona norte do Recife, o bairro é também um dos polos de turismo comunitário da cidade. É lá que estão cerca de 40% das agremiações carnavalescas da cidade. Com tanta cultura popular viva, é possível fazer vários roteiros conhecendo sedes dos grupos de Maracatu, ter oficinas de percussão e conhecer a história de cada nação com as roupas, estandartes e adereços utilizados nos carnavais do passado. De julho a outubro também é possível conhecer a gastronomia do bairro com o projeto Delícias da Comunidade, um festival gastronômico só com bares, restaurantes e lanchonetes do bairro. É possível fazer um roteiro sozinho, mas também dá para saber quais são oferecidos pela Rede Nacional de Turismo Criativo, a Recria.

(Foto: Luísa Ferreira)

6 – Paço do Frevo

Funcionando desde 2014 num prédio construído em 1908, onde por muito tempo funcionou a empresa de telégrafos Great Western, o Paço do Frevo conta a história do ritmo e do carnaval do Recife com imagens, esculturas e um grande acervo de estandartes, flabelos, letras de música das dezenas de agremiações que já desfilaram pelas ruas da cidade, uma linha do tempo de 1900 até hoje com todos os acontecimentos importantes na história do frevo e do carnaval recifense e até um glossário interativo com palavras ligadas ao ritmo. Além da exposição fixa, o segundo andar do prédio tem exposições temporária, além de escola de dança, música, estúdio de gravação e até um café, tudo no mesmo prédio. O museu fica na Praça do Arsenal, no Recife Antigo e funciona de terças a sexta, das 9h às 17h e nos sábados e domingos, das 14h às 18h. Os ingressos custam R$ 6 ou R$ 3 (meia), mas quem for às terças pode conferir tudo gratuitamente.

(Foto: Divulgação)

7 – Cais do Sertão 

Quem for ao Paço do Frevo pode caminhar alguns metros e visitar o Cais do Sertão. Construído em armazéns do antigo Porto do Recife, o espaço é uma imersão no sertão nordestino, com uma inspiração forte na vida e obra de Luiz Gonzaga. A casa sertaneja, réplicas de roupas do rei do baião e o mini Rio São Francisco que corta o espaço do museu proporcionam uma viagem sensorial a quem nunca esteve nessa região do estado que tem tantos contrastes com o litoral. Logo na entrada, é exibido um curta metragem de Kleber Mendonça Filho, gravado na região do Sertão do Pajeú. A interatividade e as ferramentas tecnológicas deixam a viagem ainda mais interessante, sendo possível assistir depoimento de sertanejos e sertanejas e até brincar de Karaokê. O museu tem também, a cada hora, uma vivência musical com ritmos e instrumentos pernambucanos, onde dá até pra sair tocando com alguns minutos de oficina. O Cais do Sertão abre de terça a domingo, das 11 ás 17h, com entradas a R$ 8 ou R$ 4 (meia), tendo visita gratuita nas quintas-feiras.

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